Funai apura denúncia de chacina de 80 índios na fronteira com a Venezuela.


A Fundação Nacional do Índio (Funai) está investigando a denúncia de massacre de indígenas ianomâmi por garimpeiros em uma aldeia na fronteira entre o Brasil e a Venezuela. Uma equipe de técnicos da instituição está em contato com grupos indígenas na região via rádio para buscar informações. O local onde ocorreu o massacre, a aldeia Irotatheri, é de difícil acesso e fica em território venezuelano. Segundo a Funai para chegar até o local do massacre são necessários "de quatro a dez dias" de caminhada do ponto onde os técnicos estão, diz a assessoria da fundação. Segundo relatos de três sobreviventes a organizações defensoras dos indígenas, o massacre teria ocorrido após tentativa de garimpeiros brasileiros de estuprar mulheres ianomâmi. Até 80 indígenas (número de membros da aldeia Irotatheri) podem ter sido mortos pelos garimpeiros, de acordo com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam). Ontem, quinta-feira (30), outros ianomâmi que dizem ter escapado da chacina foram encontrados no Brasil, segundo informações do Instituto Socioambiental (ISA). Até então, os sobreviventes haviam sido achados na Venezuela. Os indígenas chegaram feridos à aldeia Onkiola, segundo o instituto. A vila fica na região de Auaris, no extremo noroeste de Roraima, distante 450 km da capital, Boa Vista.Os garimpeiros teriam usado armas de fogo e explosivos contra a aldeia, segundo relatos dados pelos sobreviventes às ONGs. Para Marcos Wesley de Oliveira, coordenador do Programa Rio Negro, do ISA, e especialista na etnia ianomâmi, o Brasil e a Venezuela deveriam somar forças na investigação.O Ministério Público Federal em Roraima, estado mais próximo à fronteira com a Venezuela, onde teria ocorrido o massacre, afirmou que os garimpeiros podem ser processados e até presos caso tenham entrado no Brasil. A Promotoria Geral da Venezuela indicou  uma comissão para investigar o suposto ataque, que teria sido cometido em julho, mas cujos detalhes só vieram à tona nos últimos dias.

FONTE: G1,em São Paulo -Rafael Sampaio

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