Fruticultores querem estudo sobre produção dos EUA


Produtores potiguares de melão terão pela frente um novo desafio na tentativa de conseguir mais espaço no mercado norte-americano. O Sebrae no Rio Grande do Norte reuniu os principais exportadores do produto no Estado para apresentar medidas que devem ajudar na obtenção de uma maior abertura do mercado dos Estados Unidos. Uma das propostas é fechar parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX Brasil) para a realização de um estudo mais aprofundado sobre a produção norte-americana.Estima-se que os EUA importam US$ 478 milhões anuais em melões, sobretudo do México, Guatemala, Costa Rica e Honduras. A parcela do Brasil nesse montante não ultrapassa US$ 1 milhão por ano. No entanto, não há dados precisos do volume produzido nos estados da Califórnia, Arizona e Geórgia, regiões consideradas principais polos produtores em solo americano. Daí, a necessidade do levantamento, que definirá as estratégias para exportações do melão brasileiro.A ideia é elevar a quantidade de containers enviados com uma possível mudança na janela de importações norte-americanas, que atualmente acontece entre dezembro e junho, período em que a fruta não recebe qualquer incidência de tarifas para entrar no país. Isso é feito por meio do Sistema Generalizado de Preferências (SGP), que concede acesso privilegiado ao mercado americano a países em desenvolvimento. O Brasil pleiteia a modificação do período para setembro a fevereiro, auge da produção nacional. Fora desse período, os Estados Unidos cobram uma taxa de 28%. Os produtores brasileiros tentam, ainda, obter uma classificação alternativa para o melão, com alíquota zero. Hoje, a principal variedade vendida é o cantaloupe, seguido de longe pelo honeydew. "Desde abril deste ano, tivemos uma série de reuniões, encontros e visitas de uma comissão brasileira com representantes do Governo Americano na defesa pela modificação da janela de importações americana, na tentativa de conquistar mais espaços no país. Essa sugestão de medidas faz parte dos próximos passos que temos de dar na busca por esse objetivo, que é aumentar a entrada de nosso produto nos EUA", explica o diretor Técnico do Sebrae-RN, João Hélio Cavalcanti Júnior, durante reunião com os produtores em Mossoró, na quarta-feira (26). O encontro, ocorrido na sede do Escritório Regional do Oeste, em Mossoró, contou com a participação de alguns dos principais exportadores de melão do Rio Grande do Norte, como Grupo Otani, Agrícola Famosa, Bollo Brasil, e Copyfrutas. Também participou da reunião o presidente do Comitê Executivo de Fitossanidade do Rio Grande do Norte (Coex), Segundo Paula. A realização do estudo é apenas uma das medidas previstas para serem adotadas até fevereiro do próximo ano, prazo limite para as negociações com o Congresso Americano. São sugeridos ainda contratação de consultoria americana e cartas de apoio ao pleito. O melão é o principal item da pauta de exportações de frutas no Brasil, seguido da manga, que lidera a balança comercial em termos de receita. No entanto, as exportações para os Estados Unidos representam pouco menos de 1% da produção que o mercado absorve. O Rio Grande do Norte, juntamente com o estado do Ceará, domina a produção nacional de melão, que é basicamente enviada para o mercado consumidor da Europa.

Comentários