Comércios árabes são saqueados na cidade de Timbuktu, no Mali


Centenas de malinenses saqueavam nesta terça-feira (29) comércios árabes  de Timbuktu acusados de terrorismo e aliados dos grupos islamitas armados que, durante 10 meses, ocuparam esta cidade do norte do Mali, segundo um jornalista da AFP.
A multidão, constituída por pessoas visivelmente muito carentes, saqueava os comércios que, segundo elas, pertencem a "árabes, argelinos e mauritanos" acusados de terem apoiado os insurgentes islamistas vinculados à Al-Qaeda.Em algumas lojas foram encontradas munições e rádios militares. Mas a maioria dos saqueadores priorizava as TVs, antenas de satélite, móveis, louças e alimentos.
Algumas lojas ficaram completamente vazias em poucos minutos.
No bairro de Abaradju, a multidão expulsou um homem que estava alojado em uma agência bancária transformada pelos islamitas em "centro de recomendação do que é conveniente e de proibição do censurável""O exército malinense e o exército francês controlam totalmente a cidade de Timbuktu. Tudo está sob controle", afirmou um coronel do exército malinense que pediu para manter sua identidade preservada. Esta informação foi confirmada em Bamako pelo prefeito de Timbuktu, que declarou que sua cidade acaba "de cair nas mãos dos franceses e dos malinenses".
Sem disparar um tiro para detê-los, 1.000 soldados franceses, incluindo paraquedistas e 200 soldados malianos, tomaram o aeroporto e cercaram a cidade centenária do Rio Níger, buscando bloquear a fuga de combatentes aliados à rede terrorista da Al-Qaeda.A retomada de Timbuktu seguiu-se à tomada rápida de Gao pelas forças francesas e do Mali no fim de semana, outra cidade importante do norte do Mali que também tinha sido ocupada pela aliança de grupos militantes islâmicos desde o ano passado.
Uma intervenção de duas semanas pela França na sua ex-colônia Sahel, a pedido do governo do Mali com amplo apoio internacional, tem expulsado combatentes rebeldes islâmicos para fora das cidades, em direção ao deserto e montanhas.

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