PF prende 11 e intima 34 para depor por suspeita de desvio no Fome Zero

A Polícia Federal prendeu 11 pessoas prendeu e intimou 34 para depor na Operação "Agro-Fantasma", deflagrada na manhã desta terça-feira (24) em 15 municípios do Paraná, em Bauru (SP) e em Três Lagoas (MS), para combater o desvio de recursos de Programa Fome Zero do governo federal. Todas as prisões ocorreram no Paraná. De acordo com o balanço divulgado no fim da tarde desta terça, além dos mandados de prisão preventiva, seis mandados de suspensão cautelar de função pública e 37 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, além de três prisões em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
A operação revela um esquema de fraudes que acontecia com desvio de valores do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), repassados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), segundo a PF. "O dinheiro chegava para a coordenação do município e, em vez do repasse da verba para os produtores rurais, havia falsificação de documentos em nome dos trabalhadores e o saque dos recursos", diz o delegado Maurício Todechini. O PAA foi implementado em 2003 e anualmente movimenta bilhões de reais em todo o Brasil.De acordo com a Polícia Federal, seis funcionários da Conab no Paraná, ligados ao grupo, foram afastados em razão de indícios de participação nos crimes. O diretor de Política Agrícola da Conab, Silvio Porto, prestou depoimento na manhã desta terça-feira à Polícia Federal, em Brasília. Segundo a PF, ele deve ser indiciado por estelionato. "A Conab era conivente, sabia das irregularidades, muitas vezes escondia essas irregularidades com relatórios falsos, com ocultação de documentos. Fiscalizava, entre aspas, os municípios combinando a fiscalização, os locais de que iam ser fiscalizados, e na verdade não havia fiscalização nenhuma", afirmou Todechini.
Falsidade ideológica, estelionato contra a Conab, peculatos culposo e doloso e prevaricação – quando o funcionário público demonstra ser infiel às suas responsabilidades – estão entre os principais crimes cometidos pela quadrilha. Desde o início da operação, em 2011, 58 pessoas já foram indiciadas por esses crimes.
Fonte: G1.com

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