Grupo que matou Francês na Argélia trocou Al-Qaeda pelo estado Islâmico

O grupo islâmico que anunciou ter decapitado um turista francês nesta quarta-feira (24) na Argélia, o Jund Al-Khilafah, ou Soldados do Califado, foi fundado durante a guerra civil argelina, na década de 1990, mais tarde se afiliou à al-Qaeda e, no dia 14 de setembro, se separou do grupo para declarar lealdade ao Estado Islâmico (EI), o grupo radical islâmico que decapitou outros três ocidentais.
Nesta quarta-feira, os militantes argelinos que sequestraram o francês Hervé Gourdel disseram em um vídeo que mataram o refém, após terem pedido em outro vídeo que a França interrompesse suas ações na ofensiva contra militantes islâmicos no Iraque. O presidente da França, François Hollande,confirmou a morte de Gourdel e disse que seu país continuará a realizar ataques aéreos contra alvos do EI no Iraque.
O objetivo do Soldados do Califado é ajudar o Estado Islâmico a expandir seu califado – que abriga zonas conquistadas entre a Síria e o Iraque - para o norte da África, segundo explicou ao G1 o cientista político e diretor de relações internacionais do Icarabe (Instituto da Cultura Árabe), José Farhat.
“Este grupo é um desdobramento de outros grupos argelinos de toda a luta contra a ocupação francesa. Através do tempo apareceram centenas de grupos assim que adotaram a religião porque é mais fácil angariar apoiadores”, diz Farhat. “A Argélia é um país em guerra, em revolução, desde quando a França a ocupou, séculos atrás”.
Ao declarar lealdade ao Estado Islâmico, os jihadistas (termo usado para designar aqueles que pegam em armas para impor um estado islâmico) estabelecem um “negócio”, diz Farhat. “Aparece alguém na Argélia que se dispõe a imitá-los no nome e objetivo. Eles (Estado Islâmico) mandam dinheiro e armas”, diz. “Isso é um negócio, nada mais do que isso”.
Fonte: G1.com.br

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